quarta-feira, 29 de junho de 2016

Nunca te cheguei a enviar a mensagem que pretendia enviar. Ainda a tenho num rascunho nas notas do telemóvel.
Talvez ainda te envie um dia ...
Perdi a coragem quando vi que me tinhas bloqueado numa rede social. Ainda nem vi as outras mas nem hei-de ir ver. Já sei que vou ficar desiludida contigo.
Era mesmo necessário? Olha a tempestade que estás a fazer por uma coisa insignificante. Nem te digo o quão ridícula que estás a ser cara-a-cara porque ainda te afastaria mais de mim. Pensas que nunca me magoaste? Pensas que nunca fiz sacrifícios por ti?
Raciocina, apercebe-te do que estás a fazer. Que atitude infantil Cátia. Que desilusão.
De qualquer das formas eu também tenho culpa na matéria. Peço desculpa, peço desculpa por ter sido ... insensível. Ou pelo menos ter dado a entender isso. Não confundas insensibilidade com devaneio.

Se tivesse sido insensível contigo conscientemente obviamente que teria sido uma hipócrita. Mas eu não me apercebi de nada.
Se me tivesse apercebido que estava a ser insensível e ter continuado era sinal de que seria insignificante para mim afastares-te ou não, o que não é o caso.

Mas eu senti-me injustiçada. Eu só queria o teu bem. Foste mais exigente comigo e eu nunca soube disso a não ser quando foi tarde demais. No dia que me ligaste a dizer que a coelha estava para morrer eu fui de imediato ter contigo. Nunca pensei que a outra presença te pudesse incomodar tanto. Achas que se eu soubesse ou sequer desconfiasse faria isso?
E sabes o que a minha mãe me disse antes de eu sair? "A sério que vais ter com ela por causa disso?" A minha mãe, a maior apologista de sempre de animais a dizer-me isso... Na altura fiquei confusa, mas acho que entendi o que a minha mãe quis dizer pouco depois. Quando a minha gata morreu não queria ninguém em casa. Fui obrigada a conviver com a insensibilidade dos outros. Muita coisa entalada por esse dia. Tive que aceitar um bilhete de um concerto para o dia a seguir. O concerto foi bom, foram 2h de plena distração. Mas o resto do dia uma plena tortura... Eu reconheço que as pessoas não são todas iguais mas eu aplico as minhas próprias experiências no quotidiano.
Quando a tua coelha morreu saberia que estar contigo nesse dia seria uma violação de privacidade para ti e para a tua família. Calculei que só quererias o que eu nunca tive: espaço para assimilar tudo. Errei? Talvez sim pela tua atitude.

Depois arranjaste confusão e eu tive que me adaptar a ela da melhor forma que pude. Arranjei dias específicos para me dedicar a ti e outros dias específicos para me dedicar a ele. A maioria das semanas até estava mais tempo contigo que com ele.
E assim, pensei eu na minha ignorância, era impossível isto tudo piorar porque estava a fazer tudo certo tendo em conta situação.

Era desolador para mim estar ao pé de um de vocês e o outro estar por perto. Primeiro porque criava um ambiente constrangedor, para vocês talvez não, mas para mim sim!
E tinha duas opções: ou ignorar a outra pessoa ou dar-lhe atenção.
Para vocês era fácil, não se falavam, mas para mim que falo com ambos?
Decidi que tinha mais motivos para ignorar a pessoa com a qual não estava no momento porque assim dedicava o meu dia ou aquele momento apenas àquela pessoa e era assim que eu fazia... Assim não arranjava problemas. Só aquela pessoa e nada de misturas, para não ser acusada de nada futuramente. Se misturar as coisas tinha corrido mal antes decidi separá-las.

Adivinham?
Misturar deu problemas e separar também!
Fuck eu sou mesmo uma merda não sou? Não presto nestas coisas.


Sabes, a maioria das vezes tive sorte quando estava com ele, mal te via.
Vi-te uma vez mais as girls no degustar (soube mais tarde que tinhas ficado fdd porque tinhas ido para ali na esperança de não te cruzares connosco... Não sei o que é mais hipócrita: Se é fugir e dar a entender que está a fugir ou querer fugir falhar nisso e fingir que está tudo bem. Mas só eu é que erro não é verdade?).
Foi constrangedor, eu não sabia o que fazer. Não faço telepatia com ninguém e não sabia se havia de ficar ou ir embora tendo em conta que não conseguia decifrar se ele estava a passar o tempo a ver os gelados ou se planeava ficar ali a comer um.
Vocês as três levantaram-se e foram-se embora. Senti-me uma merda. E decidi fugir desse tipo de situações sempre que pudesse daí em diante.
Também soube que nesse dia o burro do meu irmão tinha entrado em contacto contigo para saber onde raio eu andava. Eu tinha-o informado que ia passar o fim-de-semana todo fora. E mais interessante ainda: ele ficou com o meu tio o tempo todo. Por isso, respondendo às tuas afirmações: não, ele não ficou sozinho por isso acho que não sou assim uma irmã tão irresponsável como dizes pois não?
Pelo menos eu não lhe dou cigarros à boca.

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Não tenho orgulho deste meu lado, mas a partir do momento em que atravessam certas fronteiras de respeito vocês acabam por destruir o respeito que tenho por vocês mesmo que não o demonstre. Essa atitude implicativa por tudo o que faço por muito errada ou certa que possa ser acaba sempre no mesmo sítio: tu revoltada comigo.
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Houve uma outra vez, em que estava no carro com ele, também perto do degustar e de repente ele me avisa: A Cátia e a Cláudia acabaram de passar atrás do carro no outro lado da estrada. E eu... pronto ainda bem que não nos cruzamos com elas. E acho que aconteceu mais uma vez ou outra algo semelhante com isto mas eu nunca nunca nunca esbarrei diretamente contigo enquanto estava com ele. E se esbarrei desculpa se não te vi.
Ele chegou a acusar-me do mesmo: de eu não lhe ligar nenhuma enquanto estava com vocês. E lembro-me pelo menos de uma vez, estávamos todas em frente ao booze em pé e ele passou por nós (sem eu dar conta) e apalpou-me. Olhei de relance e vi que era ele, não liguei nenhuma. Além disso era o teu momento, não era suposto dar-lhe importância. Achas que ele me arranjou os problemas que tu me arranjaste por causa disso?


Depois deste incidente todo decidiste que não era suficiente e quiseste romper a nossa amizade! Maravilhoso saber que o meu esforço para ti era nulo. Depois de afirmares que passava por ti e não te cumprimentava apenas pensei: andei muito bêbada nestes dias.
Daí em diante, sempre que eu e ele passávamos por alguém ele sussurrava-me "Está ali x" e lá ia eu cumprimentar a pessoa que só tinha visto porque ele me tinham avisado.
A tua irmã deve-se ter apercebido disso pelo menos uma vez.
E por falar nela, ela foi a pessoa mais madura em todo este processo. Fiquei incrivelmente maravilhada com as atitudes dela. Ela, de todos os envolvidos, foi a mais adulta. Mais adulta que todos nós, e eu tenho uma grande admiração por ela por causa disso.

Olhando em retrospectiva gosto de me aperceber como catalogaste certas atitudes minhas. A sério, gosto de saber como me pintaste estando eu a ser estupidamente inocente. Enquanto tu só vias constante maldade em mim.
Eu só quero paz, e se não a quiseres tudo bem.
Não é um negócio justo oferecer paz a quem só quer guerra.

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