terça-feira, 7 de abril de 2015

Quando desci o comboio e te reconheci logo ao longe por entre a multidão com os teus óculos escuros. 
Adoro os teus abraços.

Quando almoçamos no Vasco da Gama e eu pousei o meu pé na tua cadeira e me acariciaste o tornozelo. 
Quando me roubaste metade da minha serradura porque estavas arrependido do teu arroz doce.

Quando nessa tarde demos um passeio pelo passadiço da expo de mãos dadas. 

Quando depois apanhamos o metro e saímos no Rato em direcção ao apartamento que alugámos para nós. 

Quando dobramos pela primeira vez a esquina da "Calçada da Patriacal", aí sabíamos que estávamos perto.

Quando, para surpresa minha, nesse mesmo apartamento havia uma tablete de chocolate da milka daim. O nosso chocolate que deu início a tudo. E um ramo de tulipas amarelas que curiosamente só reparei depois.

Quando parávamos no miradouro do jardim ao qual chamas "Jardim dos namorados". Mal me passaria pela cabeça que sim, que muito em breve iríamos ser um casal também.

Quando passávamos pelo Bairro Alto e na parede que dizia "I love you cause i need you" tu dizias que sim que me adoravas mas não porque precisavas de mim. E eu em tom de brincadeira dizia que tinhas sido tu a rabiscar com tinta vermelha a cruz que está por cima dessa frase. 

Quando descobrimos aquela livraria no Chiado que tinha os livros mais débeis que tinha alguma vez havia tocado. Quando me agarraste e beijaste nas traseiras da livraria onde éramos só nós e milhares de livros.

Quando conseguimos escapar da confusão que estava na Sé e estávamos numa fila a descer a rua decidiste dizer em forma de insulto para saírem da frente. Por azar a turista à nossa frente era portuguesa. Mas adorei aquele momento inconveniente. 

Quando parámos numa esplanada para tu beberes o teu sumol e eu o meu ice tea e estivemos de mão dada. Adorei esse momento.

Quando nos beijamos apaixonadamente nessa tarde numa das transversais da zona da Praça do Comércio, e um conjunto de turistas no típico autocarro vermelho de dois andares fizeram questão de montar uma algazarra à nossa volta.

Quando na Praça do Comércio fomos curiosamente investigar o que se estava a passar por tanta multidão e descobrimos que ali se tinha terminado de gravar um episódio de masterchef. 

Quando continuamos o passeio e decidiste que nos iríamos deitar na relva com vista pro Tejo. Quando as tuas dores de barriga e costas pioraram e tu só pensavas em namorar comigo.

Quando já não sabia o que fazer para te ajudar com as dores e no fim das apressadas compras no Pingo Doce do Cais do Sodré apanhamos o metro de volta a casa.


Quando nesse mesmo dia te obriguei a tomar aquele ibuprofeno no final do nosso jantar no Colombo porque não paravas de ter essas dores.

Quando vi o espírito nocturno do bairro alto pela primeira vez na noite de sexta antes de chegarmos a casa.

Quando foste tomar banho e eu invadi o teu Twitter com o intuito de me fazer elogios ou insultar-te. Mal eu imaginaria que seria a única vez que não tomaríamos banho juntos.

Quando eu estava na cama e me atiraste o audi a5 de brincar a dizer "Vi uma vez um tweet teu a dizer que querias um carro novo, então roubei este". 

Quando me pediste para te fazer o pequeno-almoço e eu fui fazer sem pestanejar e avisei que eu não era assim para não te habituares.

Quando lavámos os dentes no fim do banho de toalha e te sujei com espuma da pasta de dentes.

Quando no almoço de sábado no Colombo devoraste parte da minha última fatia de pizza porque tínhamos que nos despachar e porque eu sou a pessoa mais lenta de sempre a comer.

Quando estávamos em Mafra e compramos o famoso pão com chouriço de que tanto falaste. Quando me deste uns cêntimos para eu deixar no garrafão à entrada.

Quando querias que saltasse pelos enormes calhaus da praia da Ericeira na zona em que os pescadores estavam só com o intuito de me pedires em namoro. 

Quando estávamos numa esplanada virada pro mar da Ericeira e fomos vítimas de paparazzis por mera distracção com o jogo dos logótipos.

Quando fomos apreciar aqueles travesseiros de Sintra e ficamos na mesa do canto. Lá, tu pediste um compal de laranja e eu de manga-laranja e acompanhamos com uma rodada de travesseiros para devorarmos.

E quando tu estavas a olhar para o escândalo que a moça do café estava a fazer. Enquanto isso eu estava a olhar para ti. Lembro-me perfeitamente da tua expressão, adorável.


Quando estávamos a dirigir-nos de novo para a nossa mesa para jantar de mãos dadas e saltei porque o Sporting tinha acabado de marcar um golo.

Quando estávamos a ir de metro para a baixa e fomos agarrados o caminho todo porque já estávamos a sentir o fim perto. Eu estive tantas vezes com as lágrimas nos olhos e sei bem que tu também.

Quando decidimos sair no metro na baixa e passeamos por lá ... iria ser o melhor passeio da minha vida. Ainda estiveste reticente por eu estar com frio mas eu decidi embrulhar-me à toalha e irmos dar o nosso passeio.

Quando a primeira vez que vi o encanto da baixa à noite foi ao lado da pessoa que amo, que quero e que desejo ter a meu lado.

Quando começamos a subir a Avenida da Liberdade e fomos o caminho todo com conversas profundas sobre a nossa vida.

Quando já a caminho de volta para casa me deitaste num banco de pedra recatado e me beijaste.

Quando me disseste "os meus sovacos cheiram a kiwi" e eu nem associei que estavas a falar do gel de banho e comecei a gargalhar pela cama porque te tinha imaginado a esfregar kiwis nas axilas. 

Quando estávamos deitados na cama e eu passei a minha mão na tua face em forma de declaração e disse que te amava. Ainda me lembro da forma como as tuas pupilas dilataram. 

Quando me levaste no nosso último almoço ao subway e demonstraste mais uma vez que tens imensa paciência para as minhas indecisões.

Quando na esplanada com vista para o Parque das Nações te espalhei chantilly pela cara do parfait de caramelo que experimentamos pela primeira vez do mc'donalds. 

Quando me ensinavas factos sobre coisas, locais e edifícios de Lisboa que desconhecia.

Quando tiravas fotografias com telemóvel armado em turista e punhas o braço à minha volta enquanto o fazias. Observava-te tanto nesses momentos e apercebia-me o quão especial afinal eras para mim.

Quando te observava de manhã quando já não conseguia desperdiçar nem mais um minuto sem olhar pra ti. Adoro a forma como os teus lábios se comprimem de uma forma relaxada evidenciando assim os lábios carnudos que tens.

Quando com tanta observação descobri que tens uma pinta preta no interior da irís, descobri a linha exterior azul escura que tens no exterior, e adoro os teus olhos verdes-acastanhados.

Quando me davas galhetas e eu te retribuía mas acabávamos sempre abraçados.

Quando me pedias para passar as minhas unhas nas tuas costas.

Quando passava as minhas mãos no teu denso cabelo.


Quando no banho me lavaste o cabelo, derreti de amores.

Quando estávamos sentados de frente um pro outro e tu me ajeitavas cuidadosamente as minhas sobrancelhas, apaixonava-me mais um bocadinho.

Quando em cada uma das dezenas escadas rolantes que percorremos por Lisboa me pedias um beijo ou até vários.

Eu poderia dizer tantos outros pormenores do fim-de-semana maravilhoso que me proporcionaste ... Queria registar todos os segundos que me fizeram feliz mas como isso é impossível transcrevo apenas parte deles. 


Tu sabes o quanto eu gosto de ti. 
Nunca esqueças isso, porque eu nunca vou esquecer.

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